A Acupuntura, uma vertente da medicina tradicional chinesa, vem há vários anos ocupando na China um importante papel no tratamento das doenças do sistema reprodutor feminino, não só por ser uma terapia de baixo custo, poucos efeitos colaterais e grande aceitação popular, mas, principalmente, por seus expressivos resultados clínicos. Após sua expansão para o ocidente a partir da década de setenta do século passado, ela vem sendo paulatinamente incorporada à medicina contemporânea e tendo seus efeitos comprovados por meio da medicina baseada em evidências, e, da mesma forma como aconteceu no seu país de origem, vem dando uma grande contribuição na manutenção da saúde integral da mulher, sendo inclusive oferecida como opção de tratamento no SUS e nos planos de saúde.
A Acupuntura está bem indicada no tratamento de várias enfermidades ginecológicas, o que nos últimos anos tem sido referendado através de estudos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, publicou uma lista de doenças tratáveis pela Acupuntura. Dentre as doenças, sintomas ou condições ginecológicas para as quais a Acupuntura tem comprovação científica e inegáveis resultados clínicos, foram listadas as seguintes: cefaléia menstrual, dismenorréia (cólica) primária, hiperemese gravídica, indução do trabalho de parto, náuseas e vômitos.
Até os dias atuais, tanto a síndrome pré-menstrual quanto o distúrbio disfórico pré-menstrual, popularmente chamados de Tensão Pré Menstrual (TPM), têm suas causas e tratamentos envolvidos em muitas controvérsias. Sabe-se, no entanto, que a variação dos esteroides durante o ciclo menstrual é um aspecto determinante na geração da vasta sintomatologia relacionada a essas disfunções. As terapias, como a Acupuntura, que de alguma forma equilibrem essas variações neuro-hormonais se revelam como efetivas formas de tratamento.
No campo da infertilidade e da reprodução assistida, quando da Transferência de Embriões (TE) fertilizados in vitro, a Acupuntura tem proporcionado um maior índice de gravidez. Estudo indica que os melhores resultados ocorrem quando o tratamento com as agulhas é executado na fase folicular e 25 minutos antes e depois de TE, bem como 30 minutos após TE, na fase de implantação do embrião, conforme Jang SH e col, (2014), que interpretaram os resultados obtidos como animadores e de baixo custo. Já Cakmak YO (2010) acredita que possivelmente um dos fatores para a melhora no índice de gravidez com o tratamento através da acupuntura seja o aumento da perfusão uterina proveniente da redução da impedância do fluxo sanguíneo em suas artérias, o que resulta em uma maior vascularização para o endométrio.
Para o tratamento de outras doenças, como incontinência urinária, síndrome da bexiga dolorosa, síndrome dos ovários polimicrocísticos, sangramento uterino disfuncional e dor mamária pré-menstrual, a acupuntura também tem proporcionado promissores, com uma resposta moduladora da dor e do equilíbrio hormonal, atuando em parceria com terapias medicamentosas.
Ação da Acupuntura – Seu mecanismo de ação é desencadeado por estímulos periféricos gerados a partir da inserção das agulhas em pontos específicos da superfície cutânea, que propagam-se através de vias nervosas específicas, para serem modulados e integrados ao nível do sistema nervoso central, promovendo uma resposta analgésica, anti-inflamatória e neuro-reguladora.
Fonte: https://www.cetn.com.br/imprensa/acupuntura-para-problemas-ginecologicos/20170502-093511-F751