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Comitê: Psicologia

Tratamentos avançados e superação de preconceito dão esperança a homens com infertilidade se tornarem pais

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A questão da infertilidade costumava ser um grande tabu, principalmente para os homens. Era comum um casal que não conseguia ter filhos viver o problema em silêncio. Ou então as queixas eram murmuradas de lado a lado, com a mulher, em geral, sendo considerada a responsável, aos olhos da sociedade, pelo fato de a casa se manter mais triste sem o alarido de crianças correndo. “Olha, a fulana é seca”, diziam as más línguas, em segredinhos, durante festas ou reuniões sociais.

Hoje, graças em grande parte à ciência, mas também à consciência, as responsabilidades começam a ser divididas. Dados baseados na OMS (Organização Mundial da Saúde), mostram que os homens são responsáveis por 40% dos casos de infertilidade de um casal. As mulheres, por cerca de outros 40%. O restante acaba sendo uma mescla entre ambos.

Neste Dia dos Pais, o tema se torna ainda mais palpitante porque, a partir destes dados, fica evidente que a paternidade deve começar muito antes da fecundação, já que nela está inserida a responsabilidade de o homem respeitar a sua companheira e procurar, lado a lado, entender as causas da dificuldade de um casal ter filhos.

Conforme afirma o urologista Nestor Facio, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, é fundamental o homem saber a diferença entre ereção e fertilidade.

— O que demora a fazer o homem entender sua responsabilidade na infertilidade é que o homem ejacula e acha que está tudo certo. Mal sabe que é aquela análise microscópica aprofundada do exame do espermatozoide que vai revelar se este tem qualidade ou não. Neste caso, quem costuma fazer a primeira investigação é a mulher, quando o correto seria os dois fazerem a investigação ao mesmo tempo.

Facio afirma que, atualmente, apesar de o preconceito ainda existir em alguns casos, o homem já está compreendendo que ele também deve procurar orientação médica. Algo que as mulheres vêm fazendo há mais tempo.

— Os casos de infertilidade mostram que o número é bastante equitativo. Essa é a realidade que está vindo à tona. Os homens têm a sua parcela de responsabilidade e as mulheres também, com problemas como ovário micropolicístico, vagina hostil ao espermatozoide ou alterações menstruais.

O exame irá detectar a capacidade de o espermatozoide participar da reprodução. Uma quantidade insuficiente de esperma ou a falta de qualidade do mesmo é determinante para que a gravidez não ocorra. Pela OMS, o número de espermatozóides aceitável para não configurar infertilidade deve estar acima de 15 milhões/ml.

Os tratamentos, considerados avançados, para a infertilidade masculina são, em geral, a fertilização in vitro, o ICSI (em inglês, Injeção Intracitoplasmática de Esperma) ou a cirurgia (para varicocele ou reversão de vasectomia). No ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), registrou no Brasil o autoteste de fertilidade masculina, chamado de Confirme Fertilidade Masculina.

Ele é realizado por meio de um dispositivo que, após a masturbação, detecta a quantidade de espermatozoides. Nos Estados Unidos, acoplando-se um acessório a um smarphone, também já é possível, em casa, monitorar a qualidade do sêmen ou esperma (fluido que contém os espermatozoides).

Causas principais

Segundo Giuliano Bedoschi, médico pós-graduado em Preservação da Fertilidade no NYMC (New York Medical College), a infertilidade masculina é causada também por hábitos prejudiciais à saúde.

— Entre os fatores que podemos listar como causadores da infertilidade, principalmente nos últimos anos, estão o estresse, a poluição e os vilões de sempre: a obesidade, o álcool e o tabagismo. Diversos problemas de infertilidade poderiam ser contornados se homens e mulheres adquirissem hábitos de vida mais saudáveis.

Cientistas criam espermatozoide com “turbo” para ajudar em tratamento de infertilidade masculina

A presença de varizes nos testículos, conhecida como varicocele, também pode ser incluída como causa. Facio afirma que tal situação é em geral decorrente da herança genética. Cerca de 40% dos homens com essa enfermidade têm infertilidade.

Em relação à idade, Facio acrescenta que, pelo fato de a longevidade ter aumentado, o número de homens com 50, 60 e até 70 anos desejando ter filhos em um novo relacionamento também cresce. Mas a idade, neste caso, pode ser um impeditivo, sendo um fator a mais neste universo de 40% de homens com infertilidade.

— Após os 50 anos surgem fragilidades do próprio DNA que também levam à infertilidade. Nestes casos o homem tem o espermatozóide mas não tem a quantidade e a motilidade, a qualidade do esperma que o homem mais idoso produz em geral é pior. É um fator que, assim como a obesidade, o tabagismo e outros, ele cria agressões a essas células tão necessárias, rápidas e vorazes que são os espermatozoides.

Além da varicocele, Bedoschi informa que infecções (como a clamídia e a gonorreia); algumas profissões que provocam contato com substâncias químicas, radiação, temperaturas altas, solventes orgânicos, entre outros; uma pancada forte nos testículos e a ejaculação retrógrada (quando o sêmen é enviado para a bexiga no lugar da uretra) também causam a infertilidade. O uso de laptop no colo, sobre a bolsa escrotal é outro fator que não deve ser deixado de lado.

Fonte: https://noticias.r7.com/saude/tratamentos-avancados-e-superacao-de-preconceito-dao-esperanca-a-homens-com-infertilidade-se-tornarem-pais-13082017