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Comitê: Embriologia

Análise dos registros de dados da América Latina em Reprodução Assistida (dezembro de 2017)

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Artigo comentado por Vinicius Bonato da Rosa e Darlete Matos

Técnicas de Reprodução Assistida na América Latina: registros de 2014 é o artigo escolhido pelo comitê de embriologia da SBRH e que comentaremos esse mês. Foi publicado pela RBMonline esse ano e traz as taxas de sucesso das técnicas de Reprodução Assistida na América Latina, congregando os dados do relatório anual de 2014. O objetivo deste relatório e da principalmente da REDLARA é disseminar informação sobre as técnicas de Reprodução Humana Assistida na América-Latina visando principalmente o controle de qualidade externo e servindo de referência para outros centros da América-Latina e do mundo todo para que possam monitorar seus resultados e eficácia dos tratamentos.

Os dados apresentados aqui provem de 159 centros distribuídos por toda a américa latina, sendo reunidos e gerenciados pro um sistema que é alimentado por cada serviço individualmente. Esses dados correspondem a ciclos frescos, embriões criopreservados, ovodoação, ciclos com PGD e PGS entre outros formando um banco de dados com 65.534 ciclos.

Do total de ciclos, 41,34% dos casos de FIV/ICSI foram realizados em mulheres com idade entre 35 a 39 anos e 23,35% dos ciclos em pacientes de 40 anos. A taxa de gestação clínica e bebês nascidos foi maior em ciclos de FIV quando comparados aos ciclos de ICSI, sendo também mais altas em ciclos com transferência de embrião descongelado, e em ciclos frescos com doação de óvulos.

No geral, a taxa de bebês nascidos por óvulo recuperado em países da Redlatinoamericana ficou em torno de 27,4% para FIV e 25,05% para ICSI quando comparado com 26,9% relatado para ICSI-FIV publicado pelos EUA (CDC et al, 2016), e taxas de 21,9% e 20,1% em FIV e ICSI informado pelo sociedade européia.

Confirmou também que a transferência de blastocisto foi sempre associada ao aumento das taxas de sucesso quando comparada a transferência de embriões em outros estágios de desenvolvimento, independente do número de embriões transferidos.

No geral 37,38% dos nascimentos foram múltiplos, sendo a taxa de nascimento de gêmeos de 46,58% em ciclos de ovodoação e 40,92% em pacientes jovens com menos de 34 anos.

Tratamentos de PGD/PGS, com biópsia em embriões frescos tiveram taxa de gestação de 32,23% e taxa de bebês nascidos de 23,42% . Quando biopsiados embriões descongelados a taxa de gestação ficou em 38,31% e bebês nascidos em 36.40%.

Quando falado em preservação da fertilidade a maioria das pacientes submetidas não tiveram indicação médica para tratamento e a idade média foi de 36 anos.

A avaliação dos dados mostrou o aumento do número de transferências de embrião descongelado e ciclos de ovodoação como conseqüência do aumento da proporção de ciclos com vitrificacão de embrião e transferência de único embrião.

Nos últimos dez anos, os esforços para redução do número de embriões por transferência tem sido considerável, estando a média de embriões por transferência em torno de 2.06, porém, ainda é considerada mais alta quando comparada com países europeus, mas apesar disso, o nascimento de gêmeos que registrava taxas de 35,4% em 2004 caiu para 20.78% em 2014.

Além disso, tentamos fazer um comparativo com os dados do relatório de 2013

para mostrar que o caminho que está sendo seguido é importante e está dando resultados interessantes para o Brasil no cenário da reprodução assistida.

Quando observamos esses dados podemos notar que o Brasil é o país com maior número de casos reportados, é claro devido ao seu tamanho e número de centros, quando pegamos os dados brasileiros e comparamos com os dados de 2013 podemos verificar dados interessantes, por exemplo, em 2013 realizamos 14974 ciclos de ICSI já em 2014 foram 14473, uma redução de cerca de 3,3%, entretanto, quando comparamos os números de ciclos com transferência de embriões criopreservados notamos um crescimento de 15,1% o que mostra o avanço e confiança nessa metodologia. Outro ponto forte deste ano é que o uso da criopreservação para a preservação da fertilidade cresceu cerca de 32% em relação ao mesmo período de 2013.

A tabela 2 mostra outro dado interessante, a taxa de gravidez clinica nos casos de FIV e ICSI frescos. No ano de 2013 a taxa de gestação clínica que era de 25,75%

cresceu para cerca de 30,1%, podemos imaginar que esse aumento da taxa se deve a melhoria nas condições de cultivo, melhoria nas técnicas de laboratório e até a transferência de blastocistos.

Outros dados que mostram uma melhora dos resultados brasileiros são os dados referentes a transferência de embriões criopreservados e de doação de óvulos. Em 2013 tínhamos respectivamente para oocitos doados, embriões criopreservados e embriões criopreservados de óvulos doados as seguintes taxas de gravidez clinica: 47.25, 33.58 e

38.7% já em 2014 os números mostram uma leve melhora nos resultados conforme a tabela 3 mostra.

Estes são alguns dados de maior relevância que mostra a melhora em relação ao ano anterior indicando que estamos no caminho certo com uma redução no número de gestações gemelares e crescimento na taxa de gravidez clínica bem como na redução do número de embriões transferidos que em 2013, a taxa de ciclos em que eram transferidos 3 embriões era de 23,4% passou a ser de 19,4% nesse último reporte. Isso mostra a eficiência dos embriões produzidos e a sintonia dos nossos centros com as tendências mundiais da redução no número de embriões transferidos sem prejuízo das taxas. Esses dados também são favoráveis quando comparamos os ciclos com embriões criopreservados onde foi registrada uma redução no número de transferências com 3 embriões de 17,11% para 14,8% e um aumento nas transferências com um único embrião que passou de 19,9 para 22,2%.

Do ponto de vista clínico estes dados nos dão suporte para assegurar que os tratamentos propostos, protocolos de estimulação, bem como diagnóstico estão sendo efetivos no tratamento da infertilidade do casal, mostrando que o Brasil, assim como a América-Latina estão na vanguarda da reprodução assistida mesmo com as dificuldades enfrentadas em nossa região.

Embriologicamente falando os resultados do relatório de 2014 nos mostra que os laboratórios de RHA aqui na américa latina estão se aprimorando a cada ano se tornado mais eficientes nas técnicas e na produção de embriões de alta qualidade garantindo assim melhores taxas de sucesso e bebes em casa cada ano mais rápido.


DARLETE LIMA MATOS
CE

VINICIUS BONATO DA ROSA
PR