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Comitê: Psicologia

Transferência embrionária (abril de 2017)

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Para o mês de Abril o escolhido foi um Guideline sobre transferência embrionária publicado pela Fertility and Sterility®. O comitê de práticas da ASRM realizou uma revisão sistemática na literatura e assim montou diretrizes de práticas que realmente melhoram as taxas de gravidez.

 

De início, eles abordam a falta de padronização do procedimento destacando que, na maioria das clínicas, o procedimento de transferência embrionária fica a critério de cada médico.  Nós, embriologistas, sabemos da importância da padronização dos procedimentos para manter a qualidade obtendo assim taxas consistentes.

O procedimento de transferência embrionária é bastante crítico, pois envolve tanto o médico como o laboratório e, a fim de se evitar mais uma variável, faz-se necessário uma padronização.

Neste guideline foi abordado o uso de métodos alternativos como acupuntura, analgésicos, anestesia, massagem, estimulação transcutânea, medicina chinesa e antibióticos; além das práticas tradicionais como o uso ou não de luva, o uso rotineiro de ultrassom abdominal, remoção do muco cervical, o tipo de cateter utilizado, intervalo de tempo para se retirar o cateter, a forma de colocação do cateter, a presença de muco no cateter, presença de sangue, se houve embriões retidos e o repouso pós transferência.  O mais interessante foi que todas essas práticas foram retiradas de um formulário (que também foi publicado) respondido por diretores médicos de sociedades de reprodução assistida.

Para dar um parecer do que foi considerada uma boa prática ou não, a ASRM buscou nos relatos científicos a qualidade da evidência, o que deixou ainda mais interessante, pois reforçou que algumas práticas podem sim gerar bons resultados, mas algumas ainda não possuem um bom embasamento científico e, desta forma, fica a critério de cada clínica optar ou não por sua utilização.

Das recomendações com embasamento da literatura foi destacado como melhora nas taxas de gravidez a utilização de ultrassom abdominal para a transferência embrionária, remoção do muco cervical antes do procedimento, utilização de cateteres do tipo soft e colocação dos embriões na porção superior ou média da cavidade uterina.  Práticas como acupuntura, utilização de analgésico e uso de antibióticos demostraram não serem benéficas para melhorar as taxas de gravidez.  Outra prática que não mostrou benefício foi a espera para retirar o cateter após a expulsão dos embriões independente do tempo. Transferir imediatamente um embrião que ficou retido no cateter parece também não impactar negativamente taxas de implantação, gravidez clínica e aborto.

O que podemos concluir deste guideline na visão do embriologista é que, muitas vezes, a padronização só é cobrada para os procedimentos laboratoriais e não para as práticas médicas. Sugerir esta padronização também para as condutas médicas pode ser o ponto inicial para diminuir as diferenças nas taxas de gravidez entre os médicos.

O que podemos concluir deste guideline é que muitas vezes, nós embriologistas seguimos com rigor padronizações de técnicas laboratoriais, contudo, em um procedimento sinérgico como a transferência embrionária, para alcançar resultados sustentáveis, fica evidente a necessidade de um protocolo padrão da conduta médica, podendo este ser o ponto inicial para diminuir as diferenças nas taxas de gravidez entre os médicos.